INTRODUÇÃO:Apesar da rebeldia dos filhos de Israel, o Senhor estende-lhes as suas misericórdias, que são infinitas, e promete-lhes: Os que lhe ouvirem as palavras jamais serão esquecidos. Haveriam de ser inscritos em seu memorial.
Nas Sagradas Escrituras, deparamo-nos com vários memoriais. Todos eles têm como objetivo perenizar a memória dos que são fiéis a Deus. Ainda que os homens se esqueçam de nós, Ele há de se lembrar de todos os nossos trabalhos e esforços (I Co. 15.57, 58). Os santos jamais cairão no esquecimento de Deus.
I. POR QUE DEUS FAZ OS SEUS MEMORIAIS
Deus faz os seus memoriais em virtude de seu amor, santidade e justiça. Estes são os três maiores atributos comunicáveis e morais do Supremo Ser. Por conseguinte, compraz-se Ele em preservar a memória daqueles que lhe são fiéis, e estão sempre dispostos a se darem pela glória de seu soberano nome (Ex. 28.12; Et. 9.28). Quanto aos ímpios, até a sua memória á apagada da terra dos viventes (Dt. 25.19).
O Senhor não permitirá jamais que os seus santos sejam esquecidos quer na terra quer nos céus (Sl. 112.6; Pv. 10.7). Pode ser um ato pequeno e até desprezível diante dos homens. Mas se motivado pelo amor e pela fé, há de ser perenizado (Mt. 26.13).
Como tens agido diante do Senhor? Tens lutado pela expansão do Reino de Deus? Tens te esforçado para que o evangelho alcance os confins da terra? Não te enfades de fazer o bem, porque tudo quanto fizeres subirá à memória do Senhor. Teus labores não cairão no esquecimento.
II. COMO SER INSCRITO NOS MEMORIAIS DE DEUS
Muitos neste momento estão perguntando: Como ser inscrito nos memoriais divinos? São fundamentais três coisas: Fé, obediência e amor.
1. A fé nos méritos de Cristo. Os que aceitam a Cristo Jesus como o seu Salvador pessoal, têm os seus nomes inscritos no livro da vida (Ap. 3.5). Haja vista o que aconteceu com o ladrão que estava sendo crucificado juntamente com o Senhor. Ele rogou-lhe que não fosse esquecido (Lc. 23.42).
Por conseguinte, todas as vezes que alguém recebe a Cristo tem o seu nome imediatamente registrado no livro da vida. E, no último dia, haverá de ser contados com os santos e justos.
2. Obediência aos mandamentos divinos. Além da fé, faz-se necessário que o crente paute a sua vida pela obediência aos mandamentos divinos. O tema de Deuteronômio é justamente a amorosa submissão que os israelitas deveriam demonstrar em relação á Palavra de Deus. Fossem obedientes, seriam para sempre lembrados. Caso contrário: Até a sua memória seria apagada (Dt. 32.1, 26).
O próprio Senhor já dissera a Moisés: "Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro" (Ex. 32.33). Portanto, sejamos obedientes aos mandamentos divinos, para que jamais tenhamos os nomes riscados do livro de Deus.
3. Amor incondicional a Deus. Se tivermos fé nos méritos de Cristo, e estamos sempre dispostos a obedecer a Palavra de Deus, isto significa que o amamos de todo o coração (Dt. 6.5). E, dessa forma, o nosso nome estará para sempre no memorial divino.
Amas a Deus? Estás disposto a demonstrar-lhe todo o teu amor?
III. O MEMORIAL DOS MINISTROS
Um dos memoriais mais notáveis que temos na História Sagrada é, sem dúvida alguma, o memorial dos ministros do Senhor. Ou seja: O registro genealógico que capacitava os filhos de Levi a ministrarem diante do Deus de Israel. No retorno dos judeus de seu exílio em Babilônia, muitos foram privados de ministrar no Santo Templo pelo fato de seus nomes não terem sido encontrados.
Eis como Neemias registra este lamentável episódio: "Estes buscaram o seu registro, querendo contar a sua geração, porém não se achou; pelo que, como imundos, foram excluídos do sacerdócio. E o tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se aprestasse um sacerdote com Urim e Tumim" (Ne. 7.64, 65).
Quantos obreiros não temos que jamais foram chamados para o santo ministério! São homens amantes de si mesmos; só querem fazer comércio dos santos. Mas os tais devem saber que já estão julgados pelo Senhor: "Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus" (At. 8.21). Se todos os que praticam a simonia (comércio das coisas sagradas) se dispusessem a sair de nosso meio, o ministério cristão não estaria hoje a enfrentar tantas dificuldades. Infelizmente, estamos separando para o ministério homens que jamais foram chamados por Cristo; alguns nem ainda nasceram de novo.
Por conseguinte, se a chamada do obreiro não foi devidamente comprovada, não ajamos de forma precipitada: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro" (I Tm. 5.22).
Num período difícil e trabalhoso como o nosso, muitos sãos os que veem o ministério como uma inesgotável fonte de renda. Encaram o serviço cristão como um mercado alternativo. E, de repente, temos a tristeza de ver nossos púlpitos tomados por pessoas que, embora não tenham condições de sequer estar entre os filhos de Deus, reivindicam destacados lugares no ministério da Palavra. Se não formos cuidadosos, perderemos todos os nossos referenciais, e já não poderemos ser considerados homens de Deus.
Sejamos, pois, mais seletos na escolha dos ministros. As recomendações de Paulo a Timóteo continuam válidas; não devem ser substituídas por qualquer outro critério. Lembra-te: O Espírito Santo quer levantar homens de Deus, e não homens do povo; quer ungir testemunhas, não astros e estrelas; quer pregoeiros da verdade, e não publicitários e agentes de negócios.
IV. SENHOR, LEMBRA-TE DE MIM!
Neemias orava continuamente ao Senhor para que jamais fosse esquecido: "Por isto, Deus meu, lembra-te de mim e não risques as beneficências que eu fiz à Casa de meu Deus e às suas guardas" (Ne. 13.14). O grande administrador, que ajudou os judeus a se reerguerem num momento de angústia e tribulação, almeja estar para sempre no memorial divino. Ele sabia perfeitamente: Todos os nossos trabalhos acham-se patentes diante do Senhor.
E já encerrando o seu livro, Neemias uma vez mais ora ao Senhor: "Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem" (Ne. 13.31). Vê-se, pois que Neemias era um homem preocupadíssimo com o memorial divino. Ele sabia que o maior bem que um mortal poderia almejar era ser lembrado por Deus. Esta também foi a oração daquele marginal ao Senhor Jesus (Lc. 23.42). No mesmo instante foi ele lembrado. Nos primeiros séculos de nossa era, muitos eram os túmulos cristãos que traziam este epitáfio: "Lembra-te de mim".
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que, apesar de todos os pecados de Judá, aprouve ao Senhor mostrar-lhe as suas misericórdias. Com base na graça do Cristo que ainda deveria de vir, ofereceu-lhes uma singular oportunidade de arrependimento. Se os judeus viessem a se arrepender de seus pecados, estariam para sempre inscritos no memorial divino.
Igual oportunidade nos oferece o Senhor. Ele quer inscrever-nos em seu memorial - o livro da vida. Basta tão somente recebermos a Cristo Jesus como o nosso único e suficiente Salvador. E, assim, quando formos chamados para a eternidade, não seremos confundidos nem envergonhados.
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